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Homofobia mata e Lindolfo foi mais uma vítima

A cada 26 horas uma pessoa morre vítima de homofobia no Brasil

Bandeira LGBT+ estendida na fachada da Universidade Estadual de Ponta Grossa | Fotografia: Leonardo Duarte

Lindolfo Kosmaski, 25 anos. Jovem. Candidato a vereador 2020. Estudante, bolsista. Era morador de São João do Triunfo, morto por suspeita de homofobia. 26 horas depois outra vítima e novamente 26 horas após mais uma vítima. Esse é o tempo que o Grupo Gay da Bahia calcula para a vida de um homossexual no Brasil deixar de existir de maneiras abruptas.

Os dados mostram o quanto Brasil ainda tem a melhorar. É a nação em que mais se mata LGBTQIA+ no mundo e não há evidências claras de que isso esteja mudando. Basta olhar suas redes sociais e ler os comentários dos noticiários. “Ainda bem que morreu”, “Está pagando por desrespeitar as leis de Deus”, “Estou orando para que ele morra”. Pergunto ao leitor, quantas vezes já lei ou ouviu comentário semelhantes?

Se não tem um em mente trago uma recente. Pastor José Olímpio de Alagoas. “Orar para que o dono dele o leve para junto de si.”, esse foi o comentário em suas redes sociais a respeito do ator Paulo Gustavo internado na UTI em estado grave por covid-19. Ator, pai de família e assumidamente gay.

A homofobia no Brasil está presente em todos as partes até na presidência. “Agora virei boiola igual maranhense, é isso? O guaraná cor de rosa do Maranhão aí, quem toma esse guaraná vira maranhense. Guaraná cor de rosa do Maranhão, que boiolagem isso aqui.”, declarou Jair Bolsonaro (sem partido) em setembro do ano passado.

O discurso sem sentido de pessoas com ódio no coração não devem nunca ser ouvidos e sim exterminado. O respeito e o direito de ir e vir de pessoas homossexuais valem tanto quanto de qualquer outra. No dia 30 de maio, esse direito foi retirado de Lindolfo. 26 horas depois de mais outra pessoa.

A PL 504 da deputada Marta Costa (PSD) de São Paulo deixa mais claro ainda que precisamos combater o discurso de ódio. Se em algum momento existe má influência de homossexuais que aparecem em televisões que seja necessário a proibição para que os mesmos não possam aparecer nela, também deveria ser de extrema importância uma lei para que pessoas ignorantes fossem proibidas de falar palavras chulas.

Assim como machismo e o racismo, a homofobia está enraizado na sociedade brasileira e situações assim não devem ser admitidas nunca. A lei por prática de racismo também vale para homofobia e da cadeia.

A ignorância e o rancor dessas pessoas em verem outras felizes só mostram o quanto são vazias e amargas.

Homofobia mata e Lindolfo foi mais uma vítima.

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