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Procura por tratamento da tuberculose cai em 2020

NĂºmeros podem estar relacionados com a baixa testagem

Por Leonardo Duarte
Infografia: Leonardo Duarte

O DataSUS aponta queda na procura de tratamento por tuberculose na regiĂ£o dos Campos Gerais em 2020. Somente duas pessoas procuraram tratamento nas regionais de saĂºde de Ponta Grossa e TelĂªmaco Borba, jĂ¡ na Regional de SaĂºde de Irati nenhuma pessoa buscou. A queda Ă© de 99% em relaĂ§Ă£o ao ano de 2019, com 209 pacientes procurando assistĂªncia, segundo os dados contabilizados pelas trĂªs regionais de saĂºde.

Um dos grandes problemas no tratamento da tuberculose Ă© o abandono do paciente no meio do processo. É o que explica Fernando Sandeski, coordenador do Serviço de AssistĂªncia Especializada (SAE)/ Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e IST/Aids de Ponta Grossa. “O problema no tratamento da tuberculose Ă© de que quando o indivĂ­duo começa a fazer o uso do tratamento, ele melhora dos sintomas e uma parcela dessa populaĂ§Ă£o abandona o tratamento por acreditar que estĂ¡ melhor. Normalmente temos problemas de manejo nas pessoas de vulnerabilidade social acrescida que sĂ£o moradores de rua, usuĂ¡rios de drogas. Eles apresentam maior resistĂªncia no tratamento e a continuar realizando o uso da medicaĂ§Ă£o”, relata.

Desde de 2015, os nĂºmeros de pessoas recebendo ajuda mĂ©dica estava aumentando. No mesmo ano, 126 pessoas passaram pelo tratamento contra a tuberculose na terceira, quarta e 21ª Regional de SaĂºde.

Infografia: Leonardo Duarte

No ano passado, o DataSUS apontou 29 novos casos de tuberculose na Regional de SaĂºde de TelĂªmaco Borba. Os dados mostram queda de 17% se comparado com o ano de 2019 com 35 novos casos confirmado. JĂ¡ na Regional de SaĂºde de Irati, 2020 apresentou 25 casos, um aumento de 67% em relaĂ§Ă£o ao ano anterior que confirmou 15 casos para tuberculose.

Casos de tuberculose caem na 3ª Regional de SaĂºde em 2020

Em 2020, os nĂºmeros de novos casos de tuberculose obtiveram queda na 3ª Regional de SaĂºde, foram 112 novos casos de tuberculose pulmonar e 128 de tuberculose extrapulmonar. A baixa na quantidade de casos confirmados tem relaĂ§Ă£o com a reduĂ§Ă£o de testes durante a pandemia.

No ano passado foram realizados 1.151 exames TRM-TB e BAAR (teste rĂ¡pido molecular para detectar tuberculose), uma queda de 45% em relaĂ§Ă£o ao ano de 2019 com 2.074 diagnĂ³sticos.

Infografia: Leonardo Duarte

O Coordenador do Serviço de AssistĂªncia Especializada (SAE)/ Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) e IST/Aids, Fernando Sandeski relata que o tubĂ©rculo Ă© um problema de saĂºde pĂºblica e que precisa da colaboraĂ§Ă£o dos profissionais da saĂºde e da sociedade. “A tuberculose sempre foi um problema de saĂºde pĂºblica. Por ser uma doença subnotificada e subdiagnosticada, tambĂ©m teremos Ă³bitos em decorrĂªncia disso. Anualmente fazemos os comparativos e tentamos incentivar a populaĂ§Ă£o e profissionais de saĂºde em realizar a busca do sintomĂ¡tico respiratĂ³rio”, comenta.

Outro problema que tem afetado a realidade no controle da tuberculose Ă© a pandemia. “Como a tuberculose Ă© uma doença respiratĂ³ria, nesse cenĂ¡rio da covid acaba levando a crer que o adoecimento Ă© por conta da covid quando muitas vezes Ă© tuberculose. JĂ¡ tivemos situações assim ano passado e esse ano estĂ¡ igual. Fazem a investigaĂ§Ă£o para a covid e o resultado da nĂ£o reagente. Partimos para outras investigações e nisso Ă© diagnosticado tuberculose”, relata Fernando.

Segundo dados do DataSUS, a baixa testagem tem impactado no nĂºmero de pessoas em tratamento. Somente duas pessoas passaram pelo procedimento de cura para a doença no ano passado. Se comparado ao ano de 2019, foram tratados 159 pacientes, o que representa uma queda de 99%.

Um dos grandes problemas no tratamento da tuberculose Ă© o abandono do paciente no meio do processo, Ă© o que explica o coordenador. “O problema no tratamento da tuberculose Ă© de que quando o indivĂ­duo começa a fazer o uso do tratamento, ele melhora dos sintomas e uma parcela dessa populaĂ§Ă£o abandona o tratamento por acreditar que estĂ¡ melhor. Normalmente temos problemas de manejo nas pessoas de vulnerabilidade social acrescida que sĂ£o moradores de rua, usuĂ¡rios de drogas. Eles apresentam maior resistĂªncia no tratamento a continuar realizando o uso da medicaĂ§Ă£o.

Infografia: Leonardo Duarte

Em Ponta Grossa, dados do SAE/CTA de 2020 mostram que foram realizados 1.281 testes e desses 131 confirmaram para tuberculose (extrapulmonar e pulmonar). Diferente dos dados da 3ª Regional de SaĂºde, o municĂ­pio mostrou estabilidade nos nĂºmeros de novos casos confirmados. Em 2019 foram confirmados 116 casos de tuberculose pulmonar e no ano passado 114.

O que Ă© tuberculose e quais os tratamentos

A tuberculose Ă© uma doença infecciosa causada pelo bacilo de Koch que afeta a princĂ­pio os pulmões, e tambĂ©m pode prejudicar outros Ă³rgĂ£os do corpo como a pele e os olhos (tuberculose extrapulmonar). A cada ano no Brasil aproximadamente 70 mil casos sĂ£o confirmados.

A transmissĂ£o Ă© aĂ©rea e se instala em partĂ­culas de aerossĂ³is oriundos de falas, espirro e tosses. Os sintomas comuns sĂ£o a tosse seca persistente por trĂªs semanas ou mais, sudorese noturna, emagrecimento e fadiga.

O tratamento Ă© ofertado pelo SUS com o tempo mĂ­nimo de seis meses com os fĂ¡rmacos de tratamento da tuberculose. Nos dois primeiros meses Ă© a fase de ataque ao bacilo causador da doença e nos meses restantes Ă© a manutenĂ§Ă£o para que o bacilo nĂ£o crie resistĂªncia a medicaĂ§Ă£o e seja eliminado do corpo. O meio de prevenĂ§Ă£o se dĂ¡ atravĂ©s da vacina BCG ofertada pelo SUS e que deve ser aplicada atĂ© os quatro meses de criança.


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